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Sobre nós homens e nossas escolhas políticas


Sabe quando o atual presidente da República empurra uma deputada emendando com a frase, “não vou estuprar você porque você não merece” e ainda a chama de vagabunda?


Quando ele incentiva o turismo sexual afirmando que “quem quiser vir aqui (no Brasil) fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”?


Quando ele afirma que o nascimento de sua única filha é fruto de uma fraquejada?


Quando ele desqualifica e intimida jornalistas, questionando sua formação, chamando-as de ignorantes, analfabetas, quadrupedes, idiotas e mandando-as calar a boca?


Quando ele afirma achar justo uma mulher ganhar menos que um homem para fazer o mesmo trabalho?


Quando ele afirma que o assassinato de mulheres, o feminicídio, é mimimi?


Quando ele elogia um coronel torturador de mulheres e o tem como herói nacional?


Ou quando narra com a maior naturalidade do mundo um encontro com meninas refugiadas de apenas 14 anos no qual sua mente doentia supõe que estas demonstraram um interesse sexual nele?


Pois bem, nenhuma dessas violências atinge somente as mulheres para as quais ele as direcionou.


Atinge a todas as mulheres. Suas filhas, suas mães, sobrinhas, amigas, parceiras.


Além de durante seu governo os índices de violência contra mulheres terem aumentado, inclusive as provocadas por CACs, colecionadores de armas e caçadores, grupo que teve o acesso a armas facilitado durante o atual governo, sua atitude preconceituosa, discriminatória e violenta contra as mulheres cria um ambiente favorável para que seus seguidores ajam de modo igualmente perverso e violento.


Com razão alguém já disse que as palavras podem até convencer, mas são os exemplos que mobilizam, que arrastam e os exemplos do presidente são os piores imagináveis e, desde a posição que ele ocupa, servem como uma autorização do uso dessa violência contra as mulheres por parte de muitos homens semelhantes a ele.


Foi um deputado seguidor do atual presidente que de modo desumano se referiu a refugiadas ucranianas como mulheres que “são fáceis porque são pobres”, dando dicas de como “pegar” essas mulheres pobres e vulnerabilizadas pelo horror da guerra.


Foi um vereador seguidor do atual presidente que foi cassado por assédio moral e sexual, além de ser acusado de estupro de vulnerável de uma adolescente de 15 anos, filmar o ato e publicá-lo na internet.


Foi um de seus filhos que se referiu a deputadas da Comissão de Constituição e Justiça como loucas e portadoras de vagina, desqualificando o discurso das colegas e resumindo a condição feminina ao seu órgão sexual, objetificando-as.


Foi outro deputado seguidor do atual presidente que em plena assembleia legislativa passou a mão nos seios de uma deputada de modo premeditado.

Foi um ex-deputado ligadíssimo ao atual presidente que esses dias chamou uma ministra do STF de bruxa, vagabunda e prostituta.



Além dos inumeráveis anônimos que diariamente caluniam, ofendem e violentam as mulheres pelas ruas, praças, lares e outros espaços, como ocorreu com Marina Silva, chamada de traidora e vagabunda.


De modo algum os atos de misoginia, preconceito, discriminação e violência do atual presidente e seus seguidores contra as mulheres são atos específicos e localizados. Eles dizem respeito sim a todas às mulheres, inclusive as que você ama, quer bem, protege e cuida.


As meninas venezuelanas poderiam ser suas filhas e a ministra, as jornalistas e deputadas referidas acima poderiam ser suas parceiras, mães, tias e avós.


Pelas mulheres, mas também por você e nossos filhos, pense um pouco, mas, sobretudo, sinta um pouco tudo isso em seu coração, e diga um não contundente a todo esse horror.


Em 30 de outubro vote Luís Inácio Lula da Silva, 13.


Marcos Antonio Monte Rocha

Neto de Maria Cezária e Julia (que não conheci)

Filho de Maria José

Genro de Dona Teresinha

Parceiro de Christiane

Pai do João Arthur

Irmão de Yara

e tio de Beatriz.

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