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[Diário do Nordeste] Fabrica de Imagens: 18 anos de luta política


A construção de uma sociedade mais justa constitui a linha de trabalho da ONG, criada em 1998.

A linguagem audiovisual constitui o foco principal do trabalho da Fábrica de Imagens – Organização Não-Governamental criada em 1998, que traça e executa políticas de lutas para o enfrentamento de violações de direitos humanos, em especial as relacionadas a questões de gênero e sexualidade.


Para tornar realidade a proposta, os organizadores lançam mão de estratégias centradas em três pontos: comunicação, cultura e política. “Desenvolvemos ações, ideias e articulações capazes de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa”, afirma Marco Antônio Rocha, presidente da Fábrica de Imagens. A partir de amanhã (30), acontece uma série de eventos para comemorar a maioridade da instituição.


A programação, que terá sessão solene, inclui mostra audiovisual, lançamento de dois livros e seminário sobre direitos humanos, e se encerra na sexta-feira (1º de abril).

A opção pelo audiovisual não acontece por acaso, mas em função da escolha do público alvo da entidade: jovens, em especial estudantes da rede pública de ensino, que aprendem desde noções de gênero, sexualidade, até realização de vídeos, de fotografias e mecanismos de participação política.


Os ensinamentos não se resumem apenas a passar conhecimentos, através da realização de cursos; esses conhecimentos se materializam em obras. “A Fábrica nasceu com a proposta de discutir a questão de gênero”, reitera o presidente, avaliando que a organização consegue realizar a sua função.


Construção social

“Não pretendemos transformar o mundo”, arremata Marco Antônio, admitindo que ainda há muito o que fazer. Mesmo porque, justifica ele, a história não é linear – em alusão a avanços e retrocessos que permeiam o processo de construção da sociedade.


O presidente da ONG atribui a realidade à postura predominante no Congresso e Câmaras, ao longo dos anos. Não poupa o posicionamento “fundamentalista de igrejas barrando importantes questões de direitos humanos”.


Entre as ações da Fábrica, ele destaca o Curta Gênero, evento que acontece em agosto, envolvendo mostras de vídeo, fotografia e seminário. A edição 2016 está com o site no ar, avisa. Já o projeto Centro de Arte, Cultura e Comunicação (Cacto) é responsável pela edição de um jornal, além de fotografias e vídeos.


“A intenção é criar novas narrativas e fortalecer a proposta”, afirma Marco, reconhecendo o amadurecimento do trabalho ao longo de quase duas décadas.


Outra atividade, o “Cine clube de ponta a cabeça”, com o olhar voltado às crianças, atua tanto na produção quanto na formação de público. O Cacto concentra jovens enquanto o programa “Outros olhares” abrange uma faixa etária mais ampla.


Origem

A Fábrica de Imagens nasceu do projeto de pesquisa e ação “A face masculina do planejamento familiar”, realizado entre 1994 e 1998, do qual Marco Antônio Rocha fazia parte.


Hoje, além de projetos que misturam manifestações artísticas e conscientização política, a organização desenvolve plataforma de financiamento coletivo (crowdfunding) denominada Parceria.org.


No momento, encontra-se em andamento o projeto “Gênero plural”, em negociação com a TV Ceará. Trata-se de uma série de TV abordando gênero e feminismo. A maior parte das ações realizadas pela ONG conta com patrocínio da Petrobras.


“Gênero Plural” também conta com parceria com a Secretaria de Cultura do Estado (Secult) e as secretarias de saúde do Estado e Município, por realizar ações informativas sobre Aids.

Desde 2002, a Fábrica participa de editais oferecidos pela Petrobras, ganhando três. O contrato do último edital ainda está em vigor, mas Marco Antônio teme pelo futuro “É lamentável”, desabafa, referindo-se à situação da estatal, uma das principais investidoras em projetos sociais e culturais do País.


Nas ações educativas da entidade, com temas de gênero, diversidade sexual e juventude, o público-alvo são alunos da rede pública de ensino, usando recursos audiovisuais, nas áreas da fotografia, webdesign, animação 3D e teatro.


Programação

A entrada da Fábrica de Imagens na maioridade será celebrada em grande estilo, com programação que começa amanhã (30), com uma sessão solene no plenário 13 de Maio, da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, às 15h.


Na quinta-feira (31), às 19h, no Cinema do Dragão- Fundação Joaquim Nabuco, acontece a mostra retrospectiva de vídeos produzidos pelos integrantes do Cacto.


Na ocasião, será lançado o último box Cacto, com cinco curtas-metragens e quatro animações inéditas. A mesa-redonda”Democracia e violações de direitos”, a partir das 19h, no Teatro do Centro Dragão do Mar, encerra o evento, sexta (1° de abril).


Mais informações:

Programação de aniversário da ONG Fábrica de Imagens. Amanhã (30), às 15h, na Assembleia Legislativa (Av. Des. Moreira, 2807, Dionísio Torres) e dias 31 de março e 1° de abril, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Gratuito.


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